Curitiba. A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná
descartou a suspeita de ebola ontem, em Foz do Iguaçu. O paciente, um
jovem brasileiro de 22 anos, não passou por nenhum país que tem
registrado casos da doença na África Ocidental, ao contrário do que se
acreditava no período da manhã.
O jovem, filho de libaneses e morador de Foz do Iguaçu, viajou pela
China, por Dubai, pelo Líbano e pela Itália. Ele procurou atendimento na
madrugada de ontem com febre, náuseas e icterícia na Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) João Samek, no bairro Jardim das Palmeiras, na cidade.
Autoridades relataram terem seguido o protocolo até que se pudesse
descartar a infecção. "O protocolo de suspeita de ebola foi inicialmente
acionado pelos profissionais da unidade de saúde por conta de suas
viagens", explicou em nota o superintendente de Vigilância em Saúde da
Secretaria da Saúde do Paraná, Sezifredo Paz.
Em contato inicial com o paciente, havia sido obtida a informação,
agora descartada, de que ele teria passado por Serra Leoa, país africano
com o segundo maior índice de infecção e morte por ebola.
Foi necessário checar o passaporte do jovem para corrigir a confusão.
"As autoridades tiveram acesso a seu passaporte, que não registra
passagem pela África", acrescento Paz.
Segundo caso suspeito
Esse foi o segundo caso suspeito de ebola no País. Na semana passada,
um primeiro caso suspeito envolvendo um paciente de Guiné, que procurou
uma UPA em Cascavel após apresentar febre, foi registrado.
O homem teve de ficar isolado até exames descartarem que estivesse com o vírus.
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, criticou os comentários
racistas que foram difundidos desde que surgiu a primeira suspeita da
doença
Foto: agência brasi |
Discriminação
Há uma semana, com o surgimento do primeiro caso, no Brasil, de
suspeita de uma pessoa contaminada pelo vírus ebola, imigrantes negros -
na sua maioria haitianos e de países africanos - têm sido alvo de
discriminação e atitudes hostis, nas redes sociais e em Cascavel (PR),
cidade onde o homem vindo da Guiné foi atendido inicialmente.
A suspeita do contágio foi descartada após dois exames, mas o estigma em relação a esses estrangeiros ainda persiste.
Nas ruas, no ambiente de trabalho e, principalmente, nas redes sociais,
alguns estrangeiros que vivem no Brasil, têm enfrentado situações
constrangedoras, desde que o africano foi internado em Cascavel, com
suspeita de ebola. "Ouvimos no ônibus pessoas dizendo: vocês têm que
voltar o para o seu país. Não fazemos nada, só ouvimos", relatou o
haitiano Marcelin Geffrard.
No sábado (11), o ministro da Saúde, Arthur Chioro, criticou os
comentários racistas que foram difundidos em diversas redes desde que
surgiu a primeira suspeita de ebola. "Eu repudio as manifestações
racistas que foram feitas. Em pleno século XXI isso é inaceitável",
disse.
FONTE: Diario do nordeste
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